Gota de humor segregado pelas glândulas do olho*

Um dia, me ensinaram que chorar podia ser bom, libertador. E essa mesma pessoa também me ensinou sobre o amor, me fez pensar que não tinha nada de mal em chorar.
Mas, depois de um tempo a nossa vida passou a ser apenas lágrimas. E chorar deixou de ser algo banal, e tornou-se dolorido. Cada lágrima caída em meu colo, tornava-se uma mágoa a mais plantada em meu peito.
Desde então, passei a acreditar que não se devia chorar por ninguém, é, “ninguém merece as suas lágrimas”. E a fonte secou. Os olhos até enchem- se com naturalidade, mas elas hoje teimam em não cair. Não por amor. Antes era tão fácil chorar. Por mais que eu queira arrancar de vez a angústia, elas permanecem imóveis, não querem mais desaguar em pranto silencioso; puro e livre.
Libertar-se através delas não é mais tão simples. E mesmo não conseguindo chorar, eu continuo a pensar que as lágrimas são benéficas, que não tem nada melhor que sentir a alma sendo lavada. Inebriante choro. Ter os olhos embaçados com suas formas pesadas e límpidas, perceber que com elas tudo de ruim vai embora. Com os soluços, todas as verdades não-ditas e os gritos silenciosos se vão.
As lágrimas ainda não voltaram a cair, permanecem entaladas em minha garganta, fazendo nós com os soluços e todas as palavras que ficaram para trás. Melhor assim.
Quem sabe, um dia, elas voltem a cair naturalmente, de felicidade.
*Definição da palavra Lágrima no dicionário Aurélio

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